Enquanto muitos procuram por milagres para conseguirem sobreviver no mercado, outros tentam se reinventar
Aos poucos, o varejo brasileiro inicia a retomada do crescimento. Passamos por um ano complicado financeiramente e tivemos o pior resultado de lojas fechadas desde 2005. O setor perdeu 108,7 mil estabelecimentos com vínculo empregatício em todo o país em 2016, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Enquanto muitos procuram por milagres para conseguirem sobreviver no mercado, outros tentam se reinventar. O que poucos empresários ainda fazem é uma análise embasada da concorrência, que tem o potencial de alterar por completo a dinâmica interna e externa.
Pode parecer algo simples de ser feito – e é. Mas para um resultado eficaz é necessário ter em mãos boas ferramentas de suporte. Sistemas que façam pesquisas profundas não só sobre o estabelecimento em si mas, principalmente, tenham como base a avaliação dos seus consumidores. E é nessa parte que muitos pecam. Quem é melhor do que o cliente para avaliar as qualidades e defeitos do produto e da loja? Afinal, ele é a chave para o funcionamento de toda a engrenagem relacionada a vendas. Portanto, se há essa dependência tão clara entre esses dois canais, por que não fazer uma análise da concorrência partindo do ponto de vista do consumidor?
Você sabe quem é o cliente do seu concorrente e o que ele deseja? E que mais de 70% do que se gasta com bens de consumo fica em um raio de até 14 km da sua casa? Então, para que haja um crescimento real do seu negócio, deixe de lado, pelo menos agora, aquelas análises comparativas institucionais, com vários dados sobre as marcas concorrentes, como quadro de funcionários e abrangência, e pense no viés do público. Assim será possível gerar ações de marketing mais eficientes e ágeis.
A análise da concorrência que eu proponho é básica, funciona para qualquer estabelecimento comercial (do mais simples ao consolidado) e tem quatro pontos a serem considerados: a identificação da concorrência (quais são e onde estão), os pontos fortes e fracos, o posicionamento da marca e o nível de automação dos processos destes concorrentes.
1. Quem é a sua concorrência?
Claro que, antes de propor qualquer ação, o empresário precisa descobrir quem é o seu concorrente. Identificar o mercado em que está inserido e quem é o seu público. Dessa forma, fica mais fácil definir as variáveis que serão pesquisadas na análise da concorrência. Essas informações podem ser encontradas a partir de métricas do site da empresa, redes sociais e até no Google, por exemplo.
2. Quais são os pontos fortes e fracos deles?
A partir da primeira identificação, é possível determinar quais são os pontos fortes e fracos das lojas. Leve em consideração o atendimento, a qualidade do serviço e produto oferecido, o ambiente físico do estabelecimento, os preços e etc. Não esqueça das avaliações nos canais digitais já que, como eu falei anteriormente, o cliente é a chave do negócio e ele está cada vez mais inserido no meio online. Procure comentários, reviews e as interações das marcas com os consumidores. Assim, deve-se definir os pontos fracos do concorrente e que podem ser a oportunidade para a sua rede se destacar.
3. Como me posicionar diante de tudo isso?
É nessa parte que entram efetivamente as ações de marketing. Portanto, você já tem as informações suficientes sobre os seus concorrentes e agora precisa apresentar uma estratégia de posicionamento da sua marca no mercado. A análise da concorrência a partir das avaliações dos consumidores ajuda a determinar quais serão os melhores pontos a serem atacados pelo varejista, para alcançar mais sucesso nas vendas. Use-a para definir o seu posicionamento daqui em diante.
4. Mas, como fazer isso sem perder horas de trabalho?
Nisso, as tecnologias podem lhe ajudar. O cruzamento de dados da análise pode demorar muito tempo, coisa que o empresário normalmente não tem de sobra, certo? Então, automatize o processo. Já existem diversas ferramentas disponibilizadas que podem auxiliar o empresário. Inclusive, algumas são até gratuitas, como é o caso do “De Olho na Concorrência”. Encontre o sistema que ofereça exatamente o que você busca, sempre pensando no quanto pode pagar.
Não esqueça: você sempre pode melhorar! O conformismo e a mesmice são péssimas para qualquer negócio, ainda mais no varejo. Por isso, conhecer o mercado a partir da ótica dos consumidores não só é necessário, como pode ser o diferencial da sua loja. Não veja mais o seu concorrente como ameaça, e sim como uma ótima base para criação de novas estratégias, mais eficientes e realistas.
Carlos Eduardo de Souza é Diretor de Marketing e cofundador da Sumone
Fonte: Administradores.