CNC prevê R$ 65 bilhões em vendas de Natal, primeiro aumento real após dois anos

Segmentos de mercados, vestuário e calçados, além de artigos de uso pessoal e domésticos, devem ser os principais beneficiados.

As vendas no varejo subiram 1,1% em novembro, descontada a inflação, na comparação com o mesmo período do ano anterior, em desempenho influenciado especialmente pela Black Friday, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que acompanha varejistas credenciados à empresa de meios de pagamentos Cielo.

A alta vem após avanço de 1% em outubro e de 0,3% em setembro, mostra comunicado da Cielo. Novembro marcou o décimo terceiro avanço seguido do indicador na base anual.

Cerca de R$ 25 bilhões do faturamento (38,6%) esperado devem ir para o segmento de hiper e supermercados. Já outros R$ 22 bilhões (33,9%) devem ser destinados às lojas de vestuário, calçados e acessórios. Além disso, o segmento de artigos de uso pessoal e doméstico deve embolsar R$ 8,19 bilhões (12,6%).

Em relação à distribuição por estados desses recursos, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram, com R$ 22,19 bilhões, R$ 5,59 bilhões e R$ 5,56 bilhões, respectivamente. Ou seja, os três somam mais da metade (51,3%) da movimentação prevista.

No caso de maiores projeções de venda, o ranking tem Rio Grande do Sul e o Distrito Federal à frente, com 6,8% e 6,2%.

Apesar de ser o primeiro Natal com expectativa de crescimento real após dois anos, o faturamento ainda deve ficar abaixo do período anterior à pandemia do coronavírus, quando a movimentação foi de R$ 67,55 bilhões em 2019.

Diante desse panorama, a CNC ajustou a previsão de vagas temporárias para o Natal. São esperadas 98,9 mil contratações, alta de 1,8% em relação ao ano anterior e 48% a mais do que em 2020. Na projeção anterior da entidade, eram 109,6 mil vagas.

Seguindo a mesma lógica do faturamento, a maior parte das admissões deve acontecer nos hiper e supermercados, com 42,20 mil (43%), seguidos pelo segmento de vestuário, calçados e acessórios, com 22,42 mil (23%), e estabelecimentos de venda e artigos de uso pessoal e domésticos 13,72 mil (14%).

A CNC ainda apontou que os brasileiros estão importando mais produtos de Natal, mesmo com a desvalorização recente do real frente ao dólar.

“Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, as importações de produtos tipicamente natalinos entre setembro e novembro de 2022 (US$ 468,9 milhões) cresceram 8% em relação ao mesmo período de 2021 (US$ 436,1 milhões), alcançando o maior volume desde 2014 (US$ 487,9 milhões). Destacaram-se, em relação ao Natal passado, os valores importados de itens de perfumaria (+167%) e oleaginosas (+35%)”, aponta a pesquisa.

Fonte: CNN Brasil