A empresa é o maior patrimônio. O que quer que seja feito, deve ser para garantir o melhor para a empresa, e não para alguém
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 90% das empresas constituídas no Brasil são familiares. Mas, muitas delas não estão preparadas para sucessão, um problema revelado através de números. De cada 100 empresas familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão e cinco chegam à terceira geração. Como evitar o fracasso? A coach da Effecta Coaching, Janaina Manfredini, revela que existem três peças fundamentais no processo de sucessão familiar:
1 – Sucedido: provavelmente, essa é a pessoa que construiu um patrimônio superando muitas dificuldades, com muito suor e esforço. Dirige a empresa ao seu modo e com as condições que tem. Em alguns casos, sem estudo e sem preparação técnica, aplicando aquilo que aprendeu de forma mais orgânica. Ou, ainda, com o pai. Então é essencial que o sucedido consiga confiar em seu sucessor, entenda a importância de profissionalizar o negócio e tenha um plano para o depois. Ou seja, o que irá fazer quando “passar o bastão”. Também é importante que ele se sinta parte do processo como um todo e esteja ciente que ninguém fará igual e que “diferente” não quer dizer ruim. E esse resultado pode até ser melhor!
2 – Sucessor: muitas vezes, é um filho único. Em outros casos, o mais velho de alguns irmãos. E, ainda em outros, o filho que terá de disputar com outros que nem são da família. É importante que essa pessoa tenha experiências além das fronteiras do patrimônio familiar e que tenha competências técnicas que sustentem sua gestão. O sucessor precisa honrar e respeitar o passado, levando adiante o que há de bom. É fundamental que entenda a importância de se preparar para transmitir confiança ao sucedido, traçando um plano de desenvolvimento contínuo para si, para sua equipe e para o patrimônio. Tem que se sentir desafiado e, ao mesmo tempo seguro e preparado o suficiente para o desafio. Uma dica importante é ter objetivos pessoais e profissionais alinhados com a empresa que irá assumir.
3 – Empresa: é o maior patrimônio. E o que quer que seja feito, deve ser para garantir o melhor para a empresa, e não para alguém. Muitas vezes, é a fonte de renda e sobrevivência de inúmeras famílias. Carrega consigo a história da família que a fundou, das pessoas que nela trabalharam e trabalham, e do mercado que movimenta e participa. É essencial que se tenha um líder/gestor suficientemente preparado, incluindo uma equipe competente e alinhada estrategicamente. Um plano estratégico de gestão, administrativo e financeiro que seja claro, conciso e seguro. Preserve o que funciona e se encaixa em novos contextos e tendências. Tenha espaço para inovação, expansão e dispositivos adaptados a novos contextos de mercado e tecnologia e torne a missão, visão e valores devidamente conhecidos e vividos por cada colaborador.
Muito mais do que os imprescindíveis e essenciais aspectos jurídicos, administrativos e financeiros, o processo de sucessão é um conjunto de técnicas e comportamentos necessários para a perenidade de um negócio. Essa tríade – sucessor, sucedido e empresa – precisa estar em perfeita sintonia. Afinal, um depende do outro. E para os três é essencial um plano estratégico concreto, aplicável e que dê resultados. Afinal, são as pessoas que movem as organizações.
Fonte: Administradores.